O Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado hoje, 31 de maio, é uma oportunidade crucial para refletirmos sobre um problema persistente e que agora ganha novas formas: o tabagismo. Promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a data tem como objetivo alertar sobre os riscos associados ao uso do tabaco e estimular políticas públicas e ações individuais que levem à cessação do hábito.
Segundo a OMS, o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Deste total, cerca de 1,2 milhão são vítimas do fumo ivo, ou seja, morrem mesmo sem nunca terem acendido um cigarro. A estatística por si só já seria alarmante o suficiente para justificar campanhas permanentes de conscientização, especialmente nas escolas, ambientes de trabalho e unidades de saúde.
Contudo, nos últimos anos, um novo desafio emergiu: os cigarros eletrônicos. Vendidos sob a promessa enganosa de serem “menos prejudiciais”, esses dispositivos atraem principalmente adolescentes e jovens adultos, tornando-se porta de entrada para o vício em nicotina. A chamada Geração Z — nascida entre 1997 e 2012 — caminhava para ser a primeira a romper com o cigarro tradicional. Porém, a popularização dos vaporizadores ameaça esse avanço histórico, reintroduzindo o consumo de nicotina de forma disfarçada, colorida e aromatizada.
Os riscos são reais. Estudos já indicam que os cigarros eletrônicos podem causar danos significativos ao sistema respiratório, ao coração e ao cérebro em desenvolvimento, além de aumentar a probabilidade de uso futuro do cigarro convencional. Pior: podem ser o estopim de uma nova epidemia de câncer, décadas depois de vencermos as principais batalhas contra o tabaco tradicional.
A prevenção, como sempre, ainda é o caminho mais eficaz. É urgente regulamentar, fiscalizar e educar. E mais do que isso: é preciso comunicar de forma clara que, independentemente do formato, o vício em nicotina continua sendo um risco evitável — e incompatível com uma vida saudável.
Neste 31 de maio, o recado deve ser direto: seja em cinzeiros ou em vapores aromatizados, o tabaco continua matando. Que este Dia Mundial Sem Tabaco seja um chamado à lucidez, ao cuidado e à responsabilidade com as próximas gerações.