O rendimento médio real da população brasileira atingiu em 2024 o maior patamar desde o início da série histórica da Pnad Contínua, em 2012. Com valor médio de R$ 3.057, o dado nacional supera os R$ 2.974 registrados anteriormente como recorde, representa uma alta de 2,9% em relação a 2023 e de 3,3% frente ao período pré-pandemia, em 2019.
Em Minas Gerais e em municípios como Poços de Caldas, o impacto dessa melhora pode ser sentido tanto na movimentação do comércio quanto na estabilidade da arrecadação municipal. O aumento do poder de compra, influenciado por programas sociais, aposentadorias, salários e rendas alternativas como aluguéis ou aplicações, tende a impulsionar o consumo local, beneficiando diretamente pequenos negócios e prestadores de serviço.
No entanto, apesar da média elevada, a desigualdade regional ainda é um desafio. Em várias cidades do interior, muitos trabalhadores seguem abaixo da média nacional, especialmente em setores informais ou de baixa qualificação. Por isso, o crescimento da renda média precisa ser acompanhado de políticas que incentivem a formalização do emprego, a valorização do salário mínimo e o fortalecimento das redes de apoio social.
Para Poços de Caldas, que já apresenta destaque em setores como turismo, serviços e indústria, o momento pode ser de oportunidade. Mas é preciso atenção à inclusão produtiva, à qualificação profissional e à diversificação da economia local, para que o aumento da renda chegue a todas as camadas da população.
Crescimento com distribuição justa: esse é o desafio para transformar números recordes em qualidade de vida real.