Poços de Caldas, MG – Esta semana o jornal Mantiqueira visitou o Memorial Padre Carlos. A exposição está sendo realizada nas dependências do imponente Colégio Profissional Dom Bosco e reúne a história da escola e seus fundadores, além de trabalhar com a conservação e preservação de acervos.
Denise Aparecida Silva de Faria, supervisora do memorial, conversou com o jornal e compartilhou detalhes emocionantes sobre duas décadas de dedicação à preservação da história da cidade de Poços de Caldas.
“O memorial já tem 20 anos. A ideia de sua criação veio feito logo após o falecimento do padre”, revela Denise, destacando a origem do memorial à partir de uma tese de mestrado de uma pessoa que reconheceu a importância da escola para a comunidade local.
A exposição acontece durante a semana dos museus, retratando a trajetória do memorial e da escola ao longo dos anos.
O acervo do memorial abrange uma rica variedade de reridades, desde materiais didáticos da escola até objetos, fotos e relatos orais do Padre Carlos e Dona Maria Aparecida Figueiredo, co-fundadora da escola. Além disso, o memorial abriga uma biblioteca e uma oficina dedicada à conservação e preservação desses tesouros históricos.

Padre Carlos
Padre Carlos nasceu em 10 de outubro de 1914, e desde jovem demonstrou sua devoção à igreja. Após sua ordenação em 1937, ele dedicou sua vida a servir à comunidade, inclusive trabalhando em Divisa Nova antes de retornar a Poços de Caldas.
A dedicação do Padre Carlos à educação e ao bem-estar das crianças carentes foi fundamental para o estabelecimento da escola que hoje é honrada pelo memorial que leva seu nome.
Denise destaca o orgulho e a importância do Memorial Padre Carlos para a comunidade, um testemunho vivo do legado do padre e um farol de educação e preservação para as gerações futuras.

Legado do Padre Carlos
Em 1946, um evento histórico marcou profundamente a cidade de Poços de Caldas: o fechamento dos cassinos. Este episódio desencadeou uma crise econômica na região, que teve repercussões sociais significativas. Foi nesse contexto que o Monsenhor Carlos Henrique Neto encontrou um novo chamado.
Ao se deparar com crianças em situação de rua, o padre sentiu-se compelido a agir. O que começou como um simples atempo para ocupar o tempo desses jovens logo se transformou em algo maior. O padre começou a ensinar profissões às crianças, acreditando firmemente que elas eram como “fotocontágio”, multiplicando-se em número a cada dia.
Com o apoio fundamental de Dona Maria Aparecida, sua amiga de infância, o padre deu os primeiros os na criação de uma escola. Dona Maria foi a primeira professora da instituição e colaborou ativamente em todas as atividades escolares. Juntos, eles dedicaram suas vidas à educação e ao cuidado das crianças carentes.
A perda de Dona Maria em 1992 e do padre Carlos em 2002 não diminuiu o legado que deixaram para trás. Seu trabalho inspirador e incansável vive através do Memorial Padre Carlos, que atualmente é cuidado por uma equipe dedicada de 13 pessoas.
Denise detalhou para a reportagem como o trabalho é dividido em seis setores essenciais. Desde a supervisão até os arquivos históricos, a biblioteca e a história oral, cada aspecto do memorial contribui para preservar e compartilhar a história da escola e de seus fundadores.
Assim, o Memorial Padre Carlos continua a ser uma fonte de inspiração e educação, honrando a memória do Monsenhor Carlos Henrique Neto e Dona Maria e perpetuando seu compromisso com a comunidade e a educação.

Preservação e Educação
Além dos setores já mencionados, o Memorial Padre Carlos abriga a Casa Museu, responsável pela preservação dos objetos que enriquecem a história da instituição. Desde utensílios até artefatos de época, cada item no memorial conta uma parte importante da trajetória da escola e de seus fundadores.
Para garantir a integridade desse valioso acervo, o memorial conta também com um setor de obras raras, dedicado à conservação de documentos e papéis históricos. Este setor desempenha um papel fundamental na garantia de que as gerações futuras tenham o à rica história da escola e de sua comunidade.
O Memorial Padre Carlos recebe visitantes de segunda a sexta-feira, com horário de atendimento das sete e meia às dez e meia da manhã, e das uma e meia às quatro e meia da tarde. Para aqueles que desejam explorar o memorial em grupo, basta entrar em contato por telefone para agendar uma visita.

Paulo Vitor de Campos
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